MONOTONIA
- Wellington Moreira Lopes
- 3 de jan. de 2016
- 2 min de leitura

Trim...Trim...Trim... sete da manhã, tic-tac,tic-tac chama o coração - hora de levantar homem, que o mundo corre lá fora. Abro o olho direito e em seguida o esquerdo lentamente enquanto aquele brilho quente e certeiro cega por alguns instantes meus olhos, meu corpo ainda preguiçoso resisti em se separar da tecnologia humana mais bem pensada e criada: a cama. Reflito por alguns instantes se não valeria a pena dormir mais dez ou vinte minutos e perder o horário do trabalho quebrando aquela velha regra que a sociedade nós impôs de sermos homens honestos e trabalhadores enfim caio em mim e vejo que preciso trabalhar para sobreviver, pra ter aquela calça bonita da vitrine ou aquele celular teen da propaganda!
Inicio uma luta ferrenha contra meu corpo e enquanto ainda mole da noite intensa de sono penso se tudo isso vale a pena,em nome do que tudo isso vale a pena? será mesmo que tudo vale a pena quando a alma não é pequena? Ou em nome de algumas almas nada vale a pena?
Minutos solitários de reflexão em que penso se pegar um voo ir para a praia, deitar e nunca mais levantar seria a melhor opção para fugir dessa vida caótica. Quem diria que eu chegaria na crise dos vinte, quando não se é nem adulto, nem criança, muito menos adolescente, com tantos pensamentos suicidas, não suicida no sentindo literal da palavra mas no figurativo. Ando querendo suicidar os bons e velhos costumes, as boas e velhas regras de convivência, o bom é velho bom senso. Talvez correr, fugir, pedalar, nadar de todos esses problemas; Talvez perder uma data, ddl, duas obrigações; Talvez mandar aquele velho - Vá tomar no cú para alguém logo assim de manhãzinha antes mesmo do corpo acordar; Ou aquele velho - Eu te amo de surpresa no bom dia para a vizinha; Talvez procurar na fila do pão onde se encontra a alegria, João.
Procurar na vida sentido de existir, de estar aqui nesse universo unilouco, unitrágico e único. De lecionar, de estudar, de trabalhar. Enfim, procurar em tudo sentido para viver por que não faz mais sentido o bom dia, a ajudar a quem precisa, a conversa aconselhativa, o por do sol no fim do dia, a vida não faz mais sentido, por que dessa vez a felicidade se escondeu de vez... Deve ter viajado coitada, de tanto ser requisitada cansou, simples assim, foi viver um grande amor ou está chorando no armário,quem sabe só brincando com os filhos ou transando com o amado. Ah que inveja branca queria eu estar fazendo tudo isso para acabar com essa monotonia.
Comentarios